REFLEXÕES PAGÃS
Você está pront@ para ser
forte?
Lutar
por tudo aquilo que sempre consideramos bom. Manter nossa posição mesmo quando
precisamos estar sempre em
mudança. Viver de cabeça erguida em momentos de tamanha
insegurança. Tudo isso faz parte da vida humana. Dessa complexa e tão simples
vida. Mas nós estamos aqui. Lutando, mantendo, vivendo.
Alguém já teve vontade de desistir? Espero que sim. Pensar
em desistir nos faz ver que é preciso força para nos mantermos no caminho
escolhido. Mostra que nem tudo são rosas. Pensar em desistir nos faz humanos.
Nos faz repensar nossa estratégia, em como estamos nos portando. Nos faz saber
se tudo pelo que lutamos hoje tem sentido ou não. Se a resposta for positiva, vemos
que estamos no caminho certo, sacudimos a poeira e voltamos à luta. Se ela é
negativa, procuramos outros caminhos, outras abordagens, outras crenças.
Desistir de um caminho sim, desistir de lutar, nunca!
Os presentes que recebemos todos os dias são mais que presentes,
são bênçãos, milagres infinitos da grande mãe Gaia. O milagre de respirar, de
nos molhar, de comer, de sentir, de sonhar. Cada um desses milagres faz de nós
seres especiais e de certa maneira muito poderosos. Esses milagres nos fazem
merecedores da inspiração Divina. Nos fazem Divinos. Não no sentido de filhos
de um deus, mas como próprios deuses. Deuses esses que podem modelar a
realidade de acordo com sua vontade, que podem amar de acordo com seu coração e
que podem morrer e viver de acordo com sua própria decisão.
A pergunta é: estamos dispostos a aceitarmos esse deus
pessoal? Estamos prontos para entrar em contato com nossa força espiritual em plenitude?
Estamos prontos para viver nossas vidas com a felicidade plena de quem se conhece
e se aceita?
É
preciso antes de qualquer coisa se amar, para depois amar o próximo. E mesmo
que não o amemos, que o respeitemos. É preciso antes se conhecer, para só
depois tentar compreender aquele que está a sua frente. Olhar no espelho não
pode ser simplesmente se ver, mas se sentir, se tocar, se enxergar por
completo. O amor, falado aqui, não é o amor pregado pelas religiões New Ages,
um amor ideal, além do sofrimento pessoal. É sim um amor profundo, um
sentimento de conexão íntima consigo mesmo. Aquele que não se ama não vive,
pois não encontra prazer na vida. Aquele que não se ama sai por aí, rastejando
uma vida medíocre, sem consciência, sem alegria, sem poder.
A questão não é ser forte para os outros. A questão é
aceitar que podemos ser fortes sozinhos, que podemos mandar em nossas próprias
vidas, que podemos ser nossos próprios deuses. Uma vez ouvi em um seriado: “Decida-se.
Você está pronto para ser forte?” Qual seria sua resposta nesse exato momento?
Você estaria disposto a encarar o fardo de ser o único responsável pela sua
vida?
Quando começamos a trilhar o caminho da Bruxaria entramos em
contato com muitas coisas que direcionam a responsabilidade de nossa vida para
nós mesmos. Faz parte do pensamento pagão reconhecer que tudo que acontece na
sua vida está sendo aceito ou pedido por você de uma maneira ou de outra. As
leis da Natureza são claras: quem planta batatas não pode colher mandioca. O
mesmo se aplica em nossas vidas, se você mantiver ações conflitantes com a
filosofia de vida que diz seguir, então certamente viverá uma vida diferente da
que acredita ser a melhor para você.
Durante nossa senda pessoal como bruxos encontramos
situações diversas que desafiam a posse desse poder pessoal. São os momentos de
extrema tristeza, quando achamos que não valemos nada, os períodos de derrota,
quando acreditamos que não somos bons o suficiente e principalmente os momentos
em que deixamos que o outro tome as decisões importantes de nossa vida,
simplesmente porque não acreditamos na nossa capacidade de escolher o certo.
A
tomada de poder para nós mesmos reflete um momento de amadurecimento, uma parte
da vida onde estamos dispostos a arcar com as conseqüências de nossos atos de
maneira clara, sem auto-indulgência. Quando essa consciência de poder pessoal
está introjetada no seu âmago a Magia assume uma nova configuração. Você se
torna mais cauteloso ao lançar um feitiço, mais precavido ao desejar certas
coisas e definitivamente mais consciente de que seu papel diante da Natureza
não é de controle, mas sim de unificação.
A
tomada do poder pessoal nos faz voltar ao nosso estado selvagem, ao nosso
caminho pessoal mais íntimo mais natural. Clarissa Pinkola Éstes diz no seu
livro “Mulheres que correm com os lobos”: “quando aceitamos nossa própria
beleza selvagem, ela fica em perspectiva, e nós deixamos de ser incomodadas
pela sua percepção, mas também não renunciaríamos a ele nem negaríamos sua
existência. Uma loba sabe a beleza que tem ao saltar? Uma fêmea de felino sabe
as belas formas que cria ao se sentar? Uma ave se espanta com o som que ouve ao
abrir suas asas? Aprendendo com elas, simplesmente agimos à nossa própria
maneira e não evitamos nossa beleza natural nem nos escondemos dela. Como os
animais, simplesmente somos, e isso é bom”.
Retomar
a nossa natureza selvagem é justamente retomar o poder da sua vida para você
mesmo. Vamos discutir a natureza selvagem num outro momento. Agora o que é
importante manter em mente é que, somente quando estamos conectados com a nossa
essência é que podemos tomar o poder para nós mesmos e então, e só então, viver
uma vida plena de contentamento. Lembrando do peso de ser responsável por si
mesmo, mas tendo o foco da libertação que isso lhe traz pergunto novamente.
Você está pront@ para ser forte?
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